
Além do Setembro Amarelo e da NR1: o papel das empresas na saúde mental
No episódio 9 do StáluzCast, Silvia Grillo e Vanessa Milanezi mostram como adaptar sua organização à nova norma, criar indicadores de bem-estar e fortalecer lideranças para construir uma cultura verdadeiramente humanizada — muito além do Setembro Amarelo. Descubra os principais desafios e oportunidades para promover ambientes corporativos mais saudáveis, onde o cuidado emocional é prioridade e parte da estratégia. 👇 Confira o artigo completo e inspire-se a transformar o clima da sua empresa!
STÁLUZCAST 2ª TEMP.
O bem-estar emocional nunca esteve tão em pauta. A saúde mental, que por muito tempo foi tabu, agora ocupa lugar de destaque nas discussões sobre o futuro do trabalho. No episódio 9 do StáluzCast, o tema ganha relevância ao abordar a atualização da NR1 (Norma Regulamentadora 1), que exige das empresas ações concretas voltadas à saúde mental. Mais do que tendência, trata-se de uma exigência legal e ética para organizações que querem prosperar em um mundo cada vez mais consciente dos desafios humanos.
Neste episódio, lançado durante o Setembro Amarelo – mês dedicado à prevenção do suicídio e valorização da vida –, recebemos novamente Silvia Grillo e Vanessa Milanezi, psicólogas com ampla experiência em clínica e RH, fundadoras da Gradiva, consultoria especializada em saúde mental corporativa.
Ao longo do bate papo, as especialistas reforçam que o cuidado com o equilíbrio emocional não deve se limitar a campanhas pontuais. Para ambientes corporativos realmente saudáveis e sustentáveis, é essencial que o tema seja tratado de forma contínua e integrada à cultura organizacional.
O novo olhar da NR1: saúde mental como prioridade
A conversa começa com Silvia Grillo explicando que a NR1 existe desde 1978, mas só agora inclui fatores psicossociais entre as obrigações das empresas. Inicialmente prevista para maio de 2025, a obrigatoriedade foi prorrogada para 25 de maio de 2026, segundo decisão recente do governo federal. Essa mudança, impulsionada pelo aumento dos casos de burnout e sofrimento emocional após a pandemia, marca uma nova forma de encarar a saúde mental no mundo corporativo.
“Com a pandemia, as empresas passaram a lidar com muitos casos de burnout, e o tema deixou de ser invisível”, destaca Silvia. “A saúde mental sempre esteve presente, mas agora ela precisa ser vista, acolhida e tratada como parte da saúde ocupacional”.
A partir da nova data, todas as organizações brasileiras, independentemente do porte ou segmento, devem se adequar às diretrizes, que incluem o mapeamento de riscos psicossociais e a criação de indicadores para monitorar o clima emocional das equipes. Como reforça Vanessa Milanezi: “A empresa é feita de pessoas. Onde há pessoas, há saúde mental. E agora, mais do que nunca, é preciso jogar luz sobre esse tema”.
Como implementar saúde mental na prática
Vanessa esclarece que uma das principais dúvidas das empresas é como transformar as exigências da NR1 em ações concretas. O caminho começa pelo levantamento dos riscos psicossociais, seguido pela inclusão desses fatores no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). “O primeiro passo é mapear, identificar e analisar esses aspectos, entendendo a cultura da liderança e das equipes”, orienta.
Ferramentas como questionários, entrevistas, rodas de conversa e feedbacks construtivos são essenciais para captar o que muitas vezes não é dito, mas é sentido no clima organizacional. Silvia destaca: “A escuta ativa é uma das ferramentas mais poderosas para perceber riscos psicossociais. Não é só uma questão de números, mas de sensibilidade para captar o que está acontecendo de fato”.
Outro ponto fundamental é a criação de indicadores relacionados ao bem-estar psicológico, que podem ser medidos por meio de pesquisas de clima, índices de absenteísmo, presenteísmo e afastamentos por motivos emocionais. “Quando a empresa começa a monitorar esses dados, ela deixa de agir apenas quando o problema já está instalado e passa a atuar de forma preventiva”, ressalta Vanessa.
O papel da liderança e da cultura organizacional
A liderança ocupa papel central na promoção da saúde mental, mas também precisa ser acolhida e preparada para esse novo desafio. Silvia lembra: “O líder é um catalisador da cultura, mas ele também sente pressão, enfrenta desafios e muitas vezes está vulnerável”. Por isso, a capacitação dos gestores é fundamental – não apenas para que saibam identificar sinais de sofrimento em suas equipes, mas também para que aprendam a cuidar de si mesmos.
Desenvolver soft skills como empatia, escuta ativa e autorregulação emocional é um dos pilares do trabalho das especialistas. Vanessa pontua: “A liderança humanizada é aquela que se permite sentir, que entende que não precisa ser super-herói e que pode buscar ajuda quando necessário”.
Além disso, a cultura organizacional precisa ser trabalhada de forma contínua, com ações de endomarketing, comunicação clara e campanhas internas que reforcem a ideia de que “todos somos responsáveis pela saúde mental no ambiente de trabalho”. Como resumem as especialistas: “A saúde mental não é só do RH, nem só do líder. É de todos nós. E isso pode, sim, ser o ponto de partida para campanhas e transformações reais”.
Resultados e benefícios de um ambiente saudável
Ao longo do episódio, Silvia e Vanessa compartilham exemplos de como pequenas mudanças podem gerar grandes impactos. Desde ajustes em processos internos até a criação de espaços seguros para conversas, tudo contribui para um ambiente mais leve e produtivo. Silvia afirma: “Quando as pessoas se sentem ouvidas e acolhidas, o engajamento cresce e os resultados aparecem de forma natural”.
Redução de afastamentos, melhora do clima organizacional e aumento da produtividade são apenas alguns dos benefícios percebidos por empresas que investem em saúde mental. Afinal, como lembra Vanessa, “Felicidade dá lucro” — referência ao livro de Márcio Fernandes, especialista em liderança e gestão de pessoas, reconhecido por promover culturas organizacionais voltadas ao bem-estar dos colaboradores — uma mensagem que resume bem o espírito do episódio.
Saúde mental é compromisso diário
O episódio 9 do StáluzCast é um convite para que empresas e profissionais deixem de lado o medo e o preconceito e passem a enxergar a saúde mental como parte fundamental do sucesso organizacional. O cuidado com as pessoas não pode ser uma preocupação sazonal, limitada ao Setembro Amarelo. Saúde mental é compromisso de todos, todos os dias.
Confira o episódio completo no YouTube ou no Spotify e aprofunde-se nas práticas que podem transformar o ambiente corporativo. Nos comentários, compartilhe suas experiências e iniciativas para fortalecer o cuidado com a saúde mental na sua empresa — sua participação pode inspirar outras organizações a evoluírem também.
Quer ainda mais reflexões sobre ambientes de trabalho saudáveis? Explore os demais episódios do StáluzCast, das temporadas de 2025 e 2024, e descubra novas estratégias para valorizar o bem-estar dos colaboradores.
Você está a poucos passos de contar com excelentes profissionais para transformar sua ideia em realidade.