Game design em ação: projetos e desafios em um mercado bilionário

O que são 200 bilhões de dólares? Esse número estratosférico é o valor aproximado da receita gerada pelo mercado de games somente em 2024. Segundo estudo da Newzoo, a estimativa de geração de receita desse setor foi de US$ 188 bilhões no ano passado.

O segmento dos jogos eletrônicos envolve muita inovação e criatividade, características marcantes de Sandro Morishita . Esse game designer, que é arquiteto de formação, já atuou em grandes empresas, tais como Ubisoft, Kokku e Garena. Sandro decidiu empreender com a Sinergia Estúdios e também passou a disseminar seus conhecimentos como coordenador do curso de Game Design da EBAC (Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia).

Sandro Morishita foi o convidado do mais recente episódio do StaluzCast e nos contou um pouco da sua trajetória profissional.

O arquiteto que descobriu o mundo dos games

A carreira de Sandro Morishita teve uma grande virada em 2008, quando o arquiteto passou um período no Japão e decidiu seguir o sonho de trabalhar com jogos. Sua opção foi arregaçar as mangas e estudar de forma autodidata, devido à falta de cursos na época.

Em um movimento ousado, Sandro desenvolveu por conta própria um projeto completo de jogo para a gigante francesa Ubisoft. “Me dei seis meses pra tentar. Fiz um projeto inteiro com fases, orçamento, cronograma e entreguei na mão do diretor da empresa após uma palestra”, conta Sandro. O candidato a game designer foi premiado pela coragem, conquistou um contrato com a Ubisoft e passou a trabalhar no jogo Michael Jackson – The Experience, para Nintendo DS.

O papel do game designer e a importância da metodologia ágil

O sucesso de Sandro Morishita como designer de jogos eletrônicos veio rapidamente. O profissional demonstrou capacidade para liderar e isso o levou a assumir o papel de project manager.

A oportunidade de coordenar equipes fez com que Sandro valorizasse bastante a escuta ativa. "Saber ouvir é essencial. O gestor é cobrado por resultados, mas isso só vem com a ajuda da equipe”, reflete. Seu grande desafio foi aliar disciplina e flexibilidade, dentro da metodologia Scrum. A chamada metodologia ágil, baseada em ciclos curtos de desenvolvimento, foi fundamental para o sucesso de Sandro na liderança de projetos.

Diferentes culturas se complementam

Trabalhar com culturas diferentes contribui para a evolução de um líder. Quando trabalhou na Garena, Sandro Morishita teve de adaptar a sua comunicação e a forma de trabalho com equipes na China e em Singapura.

Segundo ele, os asiáticos priorizam velocidade e testes rápidos, enquanto o ocidente tende a planejar mais. "Os asiáticos são práticos, querem testar logo para ver o que funciona. Tivemos de adequar a abordagem, mas também mostramos o valor do nosso jeito de pensar”, conta Sandro.

A revolução é móvel

O desenvolvimento de Sandro Morishita como game designer e líder nesta indústria o fez enxergar tendências. Uma delas é a revolução dos jogos mobile, que vieram com força total a partir da disseminação dos smartphones.

Os games mobile trouxeram jogadores casuais e ampliaram significativamente a base de gamers no mundo. Segundo a Statista, 2,4 bilhões de pessoas jogarão games para celular no mundo até 2029.

Neste cenário, Sandro entende que há um enorme potencial a ser explorado: "Minha mãe nunca teve um videogame, mas joga Sudoku. Todo mundo com celular é um gamer em potencial. O desafio é criar experiências significativas e equilibrar monetização."

Um mercado que não para de crescer

Um dos grandes passos dados por Sandro em sua carreira foi a criação do curso na EBAC. Seu objetivo é formar iniciantes prontos para o mercado. “Criei o curso que eu gostaria de ter feito lá no começo”, explica Sandro. A proposta é que cada aluno desenvolva um Game Design Document, a exemplo do que Sandro fez por conta própria no início da carreira e que o levou à Ubisoft.

Quem deseja trabalhar com games deve entender quais problemas esse profissional poderá resolver para os jogadores. Uma dica importante de Sandro é a de descobrir em que área daca um pode contribuir. “Não é só sonhar, tem que ter planejamento. O que você quer fazer nos games? Programar? Criar som? Fazer arte?”, questiona.

O equilíbrio entre objetivo, desafio e recompensa

O que leva um game a ter sucesso? Embora não exista fórmula mágica, Sandro Morishita entende, com sua experiência na indústria, que alguns fatores podem contribuir para isso. “Jogos precisam ser divertidos, não apenas funcionar. O desafio é equilibrar objetivo, desafio e recompensa”, explica o game designer.

Alguém pode supor que a inteligência artificial também entra na equação do sucesso nos games. Porém, Sandro não vê a IA como uma solução para todas as questões. “A inteligência artificial otimiza, mas não inova. Arte tem alma. A emoção ainda é um diferencial humano”, conclui.

Criatividade vale ouro

Se hoje o setor de jogos eletrônicos é um verdadeiro colosso, muito se deve ao valor da criatividade. A incrível evolução observada ao longo das décadas mostra como pessoas inovadoras conseguiram levar essa indústria a patamares nunca antes vistos.

Sandro Morishita é um exemplo inspirador de como alguém pode ter êxito no mercado de games. Ao longo da conversa no StaluzCast, Sandro trouxe outras reflexões que podem ser importantes não apenas para quem deseja atuar com games, mas também para aqueles que desejam ser mais criativos em suas áreas de atuação.

Para ouvir o episódio com Sandro Morishita na íntegra, basta acessar:

Youtube - https://youtu.be/ifOT5ue-jec

Spotify - https://open.spotify.com/episode/3lDoMJgrc01ze6xMqj5gMW?si=b4f2b45907eb4f29

Aproveite também para conferir outros episódios do StaluzCast. São bate-papos recheados de grandes aprendizados para quem deseja se desenvolver pessoal e profissionalmente.

Você está a poucos passos de contar com excelentes profissionais para transformar sua ideia em realidade.

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