
Pixel Show, Zupi e o sucesso nos grandes eventos de criatividade
Você provavelmente já ouviu falar no Pixel Show, maior festival de criatividade da América Latina e o mais antigo do Brasil. O evento, realizado desde 2005, tem sido decisivo para a disseminação das boas ideias e para a profissionalização do mercado criativo no Brasil.
STÁLUZCAST 1ª TEMP.
No décimo episódio do StaluzCast, recebemos as duas mentes por trás do Pixel Show: os irmãos Símon Szacher e Allan Szacher . O nascimento do Pixel Show veio na esteira da Zupi, uma revista independente que valoriza o trabalho autoral de criativos. Hoje, Allan e Simon deram passos além e também se aventuraram com sucesso em outras frentes, com um estúdio para podcasts e um espaço para eventos que funciona como galeria de arte.
Os primeiros passos: Empreendedores desde a adolescência
O êxito da Zupi, e posteriormente do Pixel Show, teve o seu embrião ainda na adolescência de Allan e Simon.
“A gente tinha um computador e ficava jogando a tarde inteira. Até que um dia o nosso pai disse que tínhamos 15 dias para pensar em algo útil para fazer com esse computador. Foi como se ele tivesse dado um briefing pra gente”, conta Allan.
Eram outros tempos e as tecnologias de design gráfico estavam dando os primeiros passos. “Estamos falando de mais de 30 anos atrás, não tinha Canva e PhotoShop. Era Paint e CorelDraw, ainda em versões bem simples”, explica Simon. Os irmãos tiveram a ideia de criar cartões de visita e etiquetas. Para isso, pensaram na marca Cards and Labels e pediram dinheiro ao pai para criar a empresa. “Fomos até a papelaria, compramos as coisas e começamos a vender”, relembra Simon.
O sucesso do negócio começou pela complementaridade de Allan e Simon. Enquanto Allan dava o tom da criatividade, com grande visão para inovar, Simon tinha um talento para a gestão comercial e financeira. “Brincamos que eu sou o Excel e ele o PhotoShop”, conta Simon. Em alguns meses, a Cards and Labels chegou a 1000 clientes e, um ano depois, eles já trabalhavam com dois computadores.
Zupi nasce, floresce e viabiliza Pixel Show
Depois de passar por agências de propaganda e se descobrir no design gráfico, Allan percebeu que esse era o foco que queria para sua carreira. Em 2001, ele fundou a Zupi, uma produtora de conteúdos e eventos, estúdio de design e editora que se destacou com a publicação da revista de arte Zupi. Simon se juntou ao time cinco anos mais tarde e foi fundamental para o crescimento da empresa.
O Pixel Show surgiu em 2005 depois de uma inspiração que Allan teve na Austrália.
“Não tinha nada igual no Brasil, apenas dois ou três na América Latina. Então resolvemos fazer, já que tínhamos experiência com eventos desde a época do grêmio estudantil e do voluntariado”, conta Allan.
O nome vem daquele quadradinho da imagem, o pixel. “A imagem é o show. Os artistas que criam as imagens são os convidados que geram todo o conteúdo do festival, eles são o show”, explica Simon. Nos primeiros três anos de evento, o foco da line-up era ilustração, design gráfico e publicidade e motion graphics.
A edição inaugural do Pixel Show aconteceu no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. O sucesso foi tão grande que vieram pessoas de todo o Brasil e as pessoas tiveram de se encolher para a sala de 170 lugares abrigar os quase 300 presentes.
Desde o início do Pixel Show, a Zupi tinha a preocupação de apresentar convidados e conteúdos bem diversos para que o público pudesse absorver referências não apenas brasileiras, mas de vários outros países.
“O festival de criatividade vai do arquiteto ao grafiteiro, da mais nova tecnologia à ponta do lápis. A indústria criativa tem crescido muito, isso move a gente a seguir fazendo o festival”, conta Simon.
O crescimento continua: Zupi.Live , Zupi Academy e Zupi Space
Empresários de sucesso muitas vezes têm o desafio de se reinventar para crescer. No caso de Allan e Simon, uma das viradas aconteceu durante a pandemia de Covid-19. Como o Pixel Show passou a acontecer online, eles precisaram montar um estúdio, que foi aperfeiçoado e adaptado para criar mais um braço de negócio, a Zupi Live. A empresa passou a locar o estúdio depois da pandemia, em modelos que atendem a todas as demandas, das mais básicas às mais robustas.
Outra realização que Allan e Simon tiveram nos últimos anos foi a Zupi Academy, uma nova área que tem muito a ver com a concepção da Zupi como um todo. “A Zupi foi pensada como uma comunidade criativa. Entendemos que arte e criação podem ser vistas como negócio, então os artistas devem aprender a vender o que criam”, explica Allan. Seu irmão completa: “Os artistas não têm essa consciência empreendedora, eles não se entendem como um negócio”. A Zupi Academy preenche essa lacuna, com cursos e mentoria para artistas. Eles passam por temas fundamentais como business plan, precificação de obra, conceitos de exposição, evolução do trabalho, entre outros aspectos. Um case de sucesso foi o artista paulistano Cranio.
Além dos podcasts e mentorias, a Zupi também passou a expor a arte em seu espaço físico. A divisão Zupi Space cumpre essa demanda e permite que o lado cultural da empresa fique evidenciado e que a arte seja democratizada.
“Acabamos virando colecionadores de arte, naturalmente o nosso escritório virou uma galeria de arte, dando origem ao Zupi Space”, conta Allan.
Agora, ele e Simon estão trabalhando para ampliar ainda mais a área expositiva para promover encontros, exposições e oficinas. A ideia é que o Zupi Space seja acessível: atualmente, o local é aberto gratuitamente uma vez por semana, mediante agendamento.
Grandes lições de empreendorismo 🎧
A trajetória longeva da Zupi nos inspira a abraçar as grandes ideias.
“O primeiro passo é gostar muito do que você faz! Eu mesmo achava que era mais fácil abrir uma pastelaria, já que muitas vezes acabava fazendo a mesma coisa para atender as demandas dos clientes. A dica é ter persistência e não deixar de acreditar porque demora até dar certo”, recomenda Allan.
Simon também propõe uma reflexão importante: “Quando a sua atuação profissional é permeada por um propósito, você vai trabalhar feliz. Já pensamos em fechar a Zupi e o Pixel Show várias vezes, pois os problemas aparecem em vários momentos. Mas ser persistente e acreditar no seu propósito é fundamental. Tudo que fazemos é abastecer as pessoas com ideias e fomentar novas ideias”.
Para ouvir o episódio do na íntegra, basta acessar este link. Aproveite também para conferir outros episódios do StaluzCast. São bate-papos recheados de grandes aprendizados para quem deseja se desenvolver pessoal e profissionalmente.
Você está a poucos passos de contar com excelentes profissionais para transformar sua ideia em realidade.